quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Alma de um Rei - Cap 3 (parte 1) - Bryan

     Já não aguentava mais correr, mas ele não parava de me puxar, ele tinha músculos muito mais desenvolvidos do que os meus, ele corria quase como se tivesse começado a correr agora e ele já puxava boa parte do meu peso já a um bom tempo, podia sentir meus pés queimando de verdade, mas me movimentava pela inércia dos movimentos dele, eu olhava pra trás e nem via mais a cidade, já estávamos dentro de ruínas a horas correndo sem parar.


"Faça- o parar, por favor!" - Resmungava pra mim mesma.
"Tenha paciência. Logo ele parará, seja forte."
- A questão é essa, força, você realmente acha que eu sou assim tão forte?
- Hein? - Perguntou ele olhando pra mim sem entender nada.
"Paciência e determinação, é só o que precisa por mais alguns minutos, é importante que continuem a andar!"
- Nada. Continue me puxando. - Foi só o que consegui dizer.
     Ele continuou a me puxar por mais um tempo, até que eu realmente não aguentava mais, estávamos a horas sem parar de correr, me perguntava como ele era capaz de correr tanto, já estava tudo escuro, nem sei como eu ainda não havia tropeçado e caído em um terreno tão incerto quanto esse que estávamos correndo, eu precisava dar um fim a isso, ou sinto que ele me puxaria o resto de minha vida.
- Chega! Eu não aguento mais, preciso parar. - Me sentia tonta, e exausta de tal forma como nunca, meu braço ainda ardia, minha pernas queimavam de tal maneira que me fazia sentir que me tornava incapaz de andar de novo.
- Não podemos parar ainda, estamos muito perto.
- Muito perto? Estamos correndo a horas, estamos dentro de ruínas antigas sem nenhum ser vivente por perto, sem comida, sem água.
- Eles têm meios de transportes muito mais rápidos do que nós a pé!
- Não importa, se alguém ousar se aproximar eu o destruirei por completo só por ousar chegar perto de mim e me acordar. - Larguei dele e me direcionei a uma parede meio curva que provavelmente era de alguma outra construção que caíra ali. - Ai, como estou cansada, nem todos são preparados pra viajar tanto assim que nem você! - Me sentei e comecei a olhar a ferida do meu braço.
- Verdade, talvez eu estivesse habituado a sempre viajar só e esperava que você fosse tão preparada quanto eu. - Ele olhou pra mim e eu estava com uma mão estendida na frente do ferimento tentando pensar em algo que pudesse melhorar aquilo. - Deixa eu te ajudar. - Falou ele e assim que ele me tocou, minha mão brilhou.
- 'Heal' - Minha mão brilhava verde, enquanto ela brilhava a ferida se fechou e toda tensão do meu corpo se suavizou.
- Poderes druidas? - Perguntou ele surpreso.
- Hein?
- Como fez isso? Você não é uma bruxa?
- Não sei como fiz, na verdade, nunca sei, meu corpo simplesmente reagi, quando sou eu mesma fazendo geralmente são coisas simples. - Ri de mim mesma por saber que isso era verdade.
- Que estranho, nunca vi nada parecido. Falando nisso, como fez pra soltar um 'cruento interitu'? Sabe o quão é difícil e cansativo conjurar tal poder? Deve ser por isso que você esta tão cansada. E onde já se viu uma bruxa durante uma briga ficar parada fazendo um escudo? Onde você foi treinada? Quem foi seu mestre? - Ele fazia tantas perguntas que eu nem via sentido em serem feitas, nem sabia por onde começar a pensar.
"Você não deveria se importar com isso agora, quando acordarem e começarem a se movimentar de novo você responde o que ele quiser saber, agora você deveria dormir e aproveitar o tempo que você ainda tem!" - Falou Alícia.
- Boa ideia. - Falei comigo mesma. - Quando eu acordar a gente conversa. Boa noite. - Deitei e esperava dormir.
- O que? Vai dormir? Aqui no meio do nada? E se aparecer alguém?
- Não aparecerá e quando for a hora de levantar por esse motivo eu saberei.
- Como saberá?
- Eu sempre sei. - Não iria falar de Alícia assim pra ele, nem sabia quem ele era. O que me lembrou de uma coisa. - Aproposito, me chamo Lúcia.
- Bryan, prazer!
"O prazer é todo meu." - Pensei enquanto já devia estar entrando no primeiro de muitos sonhos que teria, sonhos esses que eu esperava que fossem muitos bons, mas no fundo eu tinha quase certeza de que eles não seriam nada agradáveis, talvez pelo fato de eu não ter mais uma cidade pra chamar de lar, ou pelo fato deu ter matado várias pessoas, ou deu estar no meio do nada com bruxo totalmente desconhecido que pelo visto sabe muito mais do que eu, fora que ele matou mais pessoas do que eu e a cara dele não era nada amistosa naquela cena, enfim, mesmo com tudo isso, eu era corajosa o suficiente para ir dormir, ou pelo menos tentar.

Um comentário:

  1. Danni continua muito bom, tem umas coisas q vc tem q ver na hora de escrever, coisas normais q todo mundo faz, tipo vc escreveu:"meu pés" no caso seria meus pés, e outro q vi no meio da leitura mais não me lembro qual é, kkkk... É só isso. Está ótimo. Vc ta salvando isso em algum lugar? Se não salve viu, vc pode ganhar muito dinheiro com isso, kkkk...
    Bjos cunho

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