segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Alma de um Rei - Cap 6 (parte 2) - Bryan? Um Cardeal?


Ficamos ali um tempo parados, simplesmente unidos, incrédulos que realmente havíamos sobrevivido, talvez devêssemos acreditar mais em nossa capacidade de sobrevivência, ou talvez, eu devesse, em certos momentos ele parecia bem certo de que não iria perder. Por mais que eu quisesse ficar ali parada descansando, eu sabia que logo teríamos que nos mexer. Mas o descanso foi curto de mais, pois o escudo reclamou numa outra direção e em alguns instantes pude sentir muitas presenças se revelarem próximos a nós.

O escudo reclamou várias vezes de várias direções, meu corpo nos curou, o que de certa forma me deu medo pois ele estava se preparando pra lutar. Estávamos cercados quando o escudo parou de reclamar. Olhei pra todos os lados sem saber pra onde ir ou quem poderia nos atacar primeiro. Por algum motivo não nos atacavam mais, mas também por que nos atacariam? E pra começo de tudo quem seriam eles? Não me pareciam cardeais, eles vestiam roupas bem simples e gastas.
Passou um certo tempo e finalmente um deles se mexeu, o homem era ruivo de cabelos lisos bem maltratados até o ombro, com uma barba por fazer, ele era muito musculoso para um bruxo, não expressava feições nada amigáveis a nós, era quase assustador, ele representava bem o papel de líder, pois sua presença era realmente notável.
- Druida, por que o protege? - Falou ele por fim, me distrai por um tempo pra entender que "o druida" ele usou para se referir a mim e que ele esperava por uma resposta.
- Não sou druida. Sou uma bruxa. - Falei, pensando em também não dar informações de mais, estava sim com medo.
- Como não? - Ele olhou em volta de nós, ele também podia ver o circulo que nos envolvia, o que me preocupava. Ele se aproximou e estendeu as mãos no escudo, pronunciou algumas palavras que não pude ouvir, mas que fizeram o escudo tremer e rachar, mas na mesma hora um brilho circular apareceu onde suas mãos encostavam e ele foi atirado pra bem longe, o que fez todos entrarem em posição de combate. Mas ele levantou logo e todos permaneceram parados. - Se você não é druida quem fez essa proteção? Ele que não foi. Ele é um cardeal e druidas não são cardeias. Então por que o protege?
- Ele não é cardeal e como já disse não sou druida. Não importa quem fez essa proteção. O cardeal que devem estar falando esta derrotado, logo ali. - Falei e apontei na direção em que o cardeal havia caído. Ele caminhou até o local e voltou.
- Então vocês dois simplesmente o derrotaram, assim sem mais nem menos, sem nem ao menos um arranhão? Com uma proteção maravilhosa dessa vinda do nada? E onde esta o dragão?
- Ele não existe mais. - Pela cara dele pude perceber que não havia entendido exatamente o que eu havia dito. - Um "Anulus Exitium", ele se desfez por inteiro. - Ao falar ele mudou de expressão para uma de curiosidade que não entendi.
- Muito bem, por que não fazemos um acordo então? - Falou o ruivo. - Vocês vem conosco e eu te prometo que você não será machucada. - Bryan me segurou mais forte pelo braço e eu entendi o que ele quis dizer.
- E quanto a ele?
- Teremos que averiguar se o que vocês dizem é verdade sobre ele não ser o cardeal que procuramos, mas até lá te asseguro que ele não será machucado. Mas se ele for... - Não permitiria por Bryan em apuros, mas ele não era um cardeal, pelo menos achava que não mais.
"Aceite." - Disse Alícia.
"Mas e Bryan? Não posso simplesmente arriscá-lo assim."
"É o único jeito de vocês dois sobreviverem sem uma matança de pessoas inocentes. Acredite em mim, se arrependerá profundamente se optar por matá-los!" - Apesar de eu me sentir um pouco tonta por ela dizer que eu e Bryan poderíamos simplesmente optar por deixa-los viver ou não, mas se ela estava dizendo que sobreviveríamos independentemente de que escolha eu fizesse, escolheria a que menos pessoas, ou ninguém tivesse que morrer.
- Iremos com você. - Falei e Bryan se apegou ainda mais a mim. - É a decisão certa a tomar. - Falei e ele entendeu que eu quis dizer que o quer que sempre tenha me guiado havia me feito escolher isso e que ele deveria confiar em mim. Ele relaxou mais e fomos com eles aonde quer que eles quisessem nos levar.

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