segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Alma de um Rei - Cap 7 (parte 1) - Guardiões

  Boa parte do caminho fomos levados sem saber ou sentir pra onde estávamos indo, pelo menos eu pude descansar por alguns instantes, mesmo Alícia me assegurando que eu poderia descansar em paz, meu corpo me acordava a qualquer suspeita. Depois de uma longa jornada fomos jogados no chão, que era bem diferente das outras ruínas, estava cuidado, limpo, mas ainda assim dava entender que eram ruínas, podia ouvir alguns sussurros, mas não entendia o que diziam.

  Quando finalmente decidi levantar meus olhos pra ver onde estava, me arrependi por completo, fui tomado por completo pavor. Ele era alto e magro, bastante elegante eu diria, seu rosto tinha feições finas e quase divinas, seu cabelo comprido e roxo o tornava ainda mais único e não tirava de si sua seriedade, seus olhos apesar de não expressarem nada no momento, podia senti-los invadirem minha alma e decifrar cada oscilação interna que eu pudesse ter. Nunca o havia visto antes, mas não era preciso para saber quem ele era, Kastiel, o Xamã Guardião.
- Explique-se. - Falou ele lentamente voltado ao ruivo. Ele se aproximou e eles se entre olharam por bastante tempo. - Entendo. - Falou ele por fim. E o ruivo voltou a se distanciar. - Então o que faremos com vocês? - Ele falou e senti algo estranho passar por minha espinha, era muito mais que um calafrio.
- Você sabe bem o que fazer, Kastiel. Mate-os! - Falou uma voz fina, como de criança. De trás dele surgiu uma mulher baixinha, e pele extremamente branca e cabelos opostamente escuros e lisos escorridos, seu corpo era de dar inveja a qualquer outra mulher, mas não emitia tanto medo quanto ela mesma na escuridão.
- Não podemos simplesmente matá-los, estamos na presença de uma possível rainha. - Ela pareceu tão espantada quanto eu, ele estava falando de mim mesmo? Seria isso possível?
- Quem? Essa daí? Não me faça rir, desajeitada e sem classe como ela? Impossível. - Falava a mulher perplexa, quase tinha nojo ao usar suas palavras sobre mim.
- Aika, por que você mesma não faz o teste então? - Kastiel falou e ela virou-se para mim. Aika, a bruxa guardiã, eu nem sabia que ela estava viva, todo o território que ela deveria tomar conta estava todo destruído e dominado ou por cardeais ou por humanos, como ela estaria aqui?
- Será um prazer. - Falou ela e antes de perceber um corte se abriu em meu braço o que fez jorrar sangue. - 'Mortem Domini' - Ela estendeu os braços para os lados com as mão viradas na minha direção, em um segundo não vi mais nada, estava tudo escuro. Em meio a escuridão ouvi Bryan gritar meu nome.
- 'Angelic Vengeance' - Em meio as manchas que podia ver saiu a minha voz o que fez tudo se tornar em intenso branco, abri meu olhos eu segurava Bryan em meus braços, eu estava com asas brancas que nos protegiam como um casulo, elas se abriram ao interceptar a magia da bruxa, desfazendo-a, as asas se esticaram e se soltaram de mim virando incontáveis penas soltas pelo ar. No mesmo instante elas brilharam e se atiraram contra a bruxa que nem teve como se defender sendo massacrada por todas aquelas penas. Eu fiquei imóvel o tempo todo agarrada ao Bryan sem saber o que fazer durante e principalmente depois, que a bruxa estava paralizada no chão.
  Todos estavam parados, olhando pra pobre mulher derrubada no chão. Ela começou a se levantar e seu olhar não era nada amigável, mas antes que ela pudesse retrucar, ou revidar, Kastiel a segurou pelo braço e olhou para o ruivo, que por sua vez foi até ele e levou a bruxa dali.
- Pois bem. Você provou seu valor. Agora poremos nosso caro amigo suposto cardeal a prova. - Falou ele e olhou fixamente para o Bryan.
- Não! - Gritei, mas antes que pudesse terminar meu raciocínio fui perturbadoramente interrompida.
"Deixe que eles o testem. Deixe que eles o matem!" - Falou Alícia.

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