sábado, 30 de junho de 2012

À distância de um toque


        Se eu pudesse me ver provavelmente não veria nada, além de um corpo parado. Talvez pensasse, em algum momento, nos aspectos estéticos, que pra falar a verdade não tinha nenhuma parte de minha mente que se incomodava nem em pensar em algo como isso. Poderia alguém simplesmente olhando para uma pessoa e decifrar seus pensamentos e angustias? Ou deveria começar pela pergunta: poderia alguém encontrar no fundo dos meus olhos a minha alma?

        Viver a vida num vai e vem de emoções, viver momentos em que nem se sabe ao certo o que se sente, viver e reviver momentos específicos da vida que trariam sentindo a todos os acontecimentos posteriores. Presenciar algo que lhe daria a certeza de que qualquer duvida ou sofrimento teria valido a pena.
        Naquela escuridão em que me encontrava que refletia o escuro de minha mente vazia e desfocada, sendo ao mesmo tempo confusa e repleta de sentimentos incertos, só o som da respiração me dizia que ainda estava ali. Queria abrir os olhos e encontrar um campo de belas flores a luz do sol, mas sabia que ao abri-los nada mudaria, não haveria nenhuma luz a me guiar, em meio a essa escuridão somente eu poderia me conduzir..
        Como posso amar e duvidar de meu próprio amor? Não sei o que sinto? Ou simplesmente tenho medo de admitir que me amo mais do amo a meu amor? Não seria o bastante simplesmente amá-lo? Seria meu amor retribuído ou nunca passou de uma falsa recíproca? E sendo falsa deixaria eu de te amar só por isso? Ou deveria eu te amar ainda mais para que me amasses também?
        O correr do tempo, a imobilidade, o formigamento, o incômodo e ainda assim não me mexer. Um toque. Então entender a certeza de amar. Pois uma distância, por minima que seja, traz infinitas dúvidas, mas o contato por menor que seja traz agora a única certeza, que eu te amo. Uma mente em meio a fantasias e realidades interpretadas. Mas, ali, em meio aquela escuridão nos seus braços estava em paz.

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