"Estava em um campo aberto, era tudo bastante verde e havia uma grande árvore, eu estava em sua sombra em frente a um rio bem largo, mas não profundo, nunca havia visto um lugar tão límpido assim, não fazia ideia de onde estava, não existia mais lugares assim além de fotografias. Bryan Apareceu ao meu lado, ele olhava impressionado, quase tanto quanto eu para a paisagem."
"Quando você esteve aqui?" - Perguntou ele."Nunca estive aqui. Não faço ideia de onde estamos." - Respondi pensando pra ver se tinha certeza, eu poderia ter visto uma foto desse lugar e ter sonhado em estar nele, mas não, nem disso eu me recordava.
"Como não? Estamos em sua mente."
"Como assim? 'Estamos' em minha mente?"
"Bem, você dormiu e eu não tinha mais nada o que fazer além de me perguntar coisas sobre você, então decidi descobrir por mim mesmo."
"Não será nada fácil pra você, isso eu te garanto!" - Falou Alícia e derrepente tudo ficou branco e ficamos imóveis, não havia onde se apoiar pra se movimentar, ela estava de costas pras costas dele e os dois de lado pra mim.
"Quem é?" - Perguntou ele apavorado por não ter percebido a presença de outra mente ali.
"Não tente entrar na mente dela, tudo que conseguirá é ver seus prórpios pensamentos!" - Avisou Alícia - "Já passa da hora de acordar Lúcia, ele esta chamando muita atenção usando muita força pra tentar ler seus pensamentos, melhor irem embora!"
"Ok, então é melhor irmos mesmo, se você diz..."
"Hey, quem é você? O que faz aqui? O que você quer? Como sabe que estamos em minha mente?" - Bryan soltava várias perguntas ao vento, mas eu sabia que não seriam respondidas nem por ela e nem por mim.
Não sabia se estava cansada ainda, estava voltando de minha mente para meu corpo, que ele não doeria eu sabia disso, mas pude senti-lo bem devagar e já me sentia ótima. Abri os olhos, e o Bryan estava com as duas mão estendidas em minha direção e de olhos fechados, ele ainda tentava ler minha mente, ele parecia se esforçar bastante. Confesso que fiquei feliz e aliviada de saber que ele não era capaz de lê-la facilmente. Mas tínhamos que sair dali, Alícia já havia dito que já era hora de irmos embora.
- Levanta! - Empurrei ele, fazendo ele cair de lado e se assustar por não ter conseguido ler minha mente e saber que eu faria isso. - Temos que ir embora! Deixa de preguiça. - Ri por falar assim, afinal eu que tinha parado pra dormir.
Comecei a correr enquanto ele ainda estava lá, surpreendido no chão, não sabia exatamente pra onde ia, mas se não tinha ouvido nenhuma reclamação é por que eu deveria estar indo pelo caminho certo. Não demorou muito e ele já estava a meu lado querendo me passar ou que eu corresse mais rápido, ainda assim podia sentir suas perguntas em suas expressões e seus olhares nem todos pra mim, mas ainda assim de confusão e curiosidade, esperava que continuassem em sua face e mente, já que eu ainda não confiava nele pra dizer a verdade e ainda não teria condições de inventar algo, pelo menos sabia que minha mente ele não podia ler, ou que tornava a mentira algo viável.
- Pra onde esta indo? - Perguntou ele. Não sabia exatamente o que dizer.
- Pra onde tenho que ir.
- E onde seria isso exatamente?
- Nessa direção! - Apontei enquanto ainda corria.
- Você sabe aonde isso vai dar? Você tem certeza de que é nessa direção que você quer ir? - O jeito com ele perguntava me assustava e não tinha mais tanta certeza se deveria continuar correndo, mas Alícia não falava nada, então eu deveria estar indo no caminho certo.
"O que eu faço? Pra onde eu vou? O que eu digo?" - Pensei bem forte esperando que Alícia dissesse algo, demorou um pouco mas finalmente veio uma resposta.
"Esta pronta? Mais uma batalha esta por vir." - Diminui minha velocidade ao ouvir o que Alícia dizia. - "Não precisa ter medo, tudo dará certo!"
Corri até sair dos túneis onde estávamos, o céu estava em fúria, com nuvens vermelhas, era uma visão aterrorizante, mas ainda por perceber a quantidade imensa de caçadores que flutuavam por ali, com certeza eles haviam detectado o Bryan tentando ler meus pensamentos e sabiam exatamente o que fazer, estava em desespero, até que ele segurou minha mão. Imediatamente passou por mim uma sensação de proteção incrível, algo que costumava acontecer ao toque dele e eu não entendia o por que. Mesmo olhando pra aquele batalhão me sentia segura ao seu lado.
- Estou pronta! - Falei pra que os dois soubessem disso.
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