sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Alma de um Rei - Cap 2 (Parte 2) - O Encontro

            "Ele já estava estagnado na porta tentando lembrar exatamente onde já havia me visto, eu já sabia, ele andava sempre no meu colégio, não sabia se ele era aluno, ou um dos muitos que vinham só pra dizer que vinham e sumiam assim que as aulas começavam, mas isso não importava agora, estendi meus braços pra sua cabeça e o fiz sair da mente do professor e sai no mesmo instante, esperando que ele não tivesse causado nenhum estrago muito grande."

            A sala parecia normal quando eu olhei ao redor, todos pareciam meio entediados como sempre, mas uma sirene ressoou, todos ficaram alerta imediatamente, era um alarme pra uso "ilegal" de mágica, eu tinha certeza que aquele menino teria chamado atenção, o pânico era explícito na cara de todos dentro da sala, todos estavam imóveis, sem saber o que deveria fazer. Um estrondo veio do portão principal da escola e o som de muitas pessoas entrando e se espalhando pelo colégio fez com que eu ficasse em pânico também.
"Faça o que eu disser!" - Me disse Alícia.
"O que esta fazendo? Vão te sentir em mim! Esta Louca?"
"Você vai ter que confiar em mim Lúcia. O que mandarei você fazer será preciso." - Já havia sons de salas sendo abertas e pessoas choramingavam, quando entraram na nossa sala, um monte de homens com instrumentos em sua mão que serviam pra sentir a quantidade de energia que as pessoas exalavam, não que nós ficássemos transpirando energia, mas ao utilizar algum poder a energia ficava exposta por algum tempo. Eles já estavam quase em mim, quando vi passar pela porta outro grupo indo à próxima sala.
"Você esta pronta?" - Falou Alícia de novo me deixando ainda mais nervosa.
"Pronta pra quê? Eu serei pega?"
"Não, mas você não pode deixar que cheguem à próxima sala. Fuja!"
"O que? E chamar a atenção pra mim? Não fui eu quem fiz isso!"
"Agora não há tempo pra explicar, mas você precisa fugir. Seu tempo esta acabando, corra agora! Pela janela, agora é o momento!" - Não acreditei que faria aquilo, teria que fugir de todos esses caçadores de bruxas, não seria nada fácil!
- Merda! - Foi só o que consegui dizer, no mesmo segundo eu já estava em pé e todos olhavam pra mim, estendi meu braço direito em direção à sala e ao abrir minha mão uma onda telecinética fez todos serem jogados contra a parede oposta a das janelas. No mesmo segundo eu corri.
"Como eu odeio correr!"
"Pare de reclamar e se concentre, não se esqueça que ainda precisa sair daqui!"
"Daqui onde?"
"Da cidade, né? Espera mesmo continuar morando aqui?" - Enquanto me dava conta do que havia acontecido comigo, podia ouvir a multidão de pessoas que me perseguiam em uns veículos voadores, que por sinal eram bem mais rápidos do que eu. - "Você terá que ser bem mais articulosa do que isso se quiser escapar. Afinal pra quê treina tanto se nem consegue fugir de humanos?"
            Os caçadores já estavam quase me alcançando eles disparavam loucamente contra mim, olhei pra eles e sorri enquanto virava, já que eu era uma bruxa exilada eu não precisava mais me "resguardar", parei a mão direita na frente do meu corpo, e deixei simplesmente o fluxo de magia dentro de mim tomar o seu rumo natural, a medida que a energia ia se acumulando entre meus dedos podia-se ver um certo brilho aumentado, estava ficando muito boa em acumular energia, tornava mais fácil as "conjurações". Ao ter o nível de poder necessário na mão só me restava uma alternativa, estendê-la!
- 'Unda Magnetica Spiritu' - A energia que saiu da minha mão subindo rapidamente ao centro da cidade, ao atingir essa altura, ela estourou e uma onda de luz atingiu a tudo, e tudo dependente de energia foi incapacitado, pude ver os caçadores caindo no chão, mas muitos se levantaram e começaram a correr em minha direção, era impressionante como eles eram determinados. Voltei a correr.
"Aonde você pensa que vai, esta indo na direção errada!" - Falou Alícia em minha cabeça.
"O escudo mais próximo é por esse caminho."
"Você não pode. Se você passar por um escudo eles saberão que eles não funcionam. Você precisa ir pro centro e destruir o gerador de energia e a central do gerador do escudo!"
"Ficou louca? Terá muito mais caçadores lá!"
"É preciso! Você conseguirá, não se preocupe."
- É fácil pra você falar isso, você nunca esta aqui! - Falei e me voltei ao centro da cidade, os caçadores ainda atiravam contra mim, mas Alícia sempre me dizia o que fazer para não ser acertada, eu ficava impressionada em como ela sempre sabia exatamente tudo o que eu devia fazer, eu tinha certeza que seria capturada indo naquela direção mas ela dizia que não, e eu acreditava nela e só por isso eu iria.
            Eu estava quase de frente para o gerador, mas não fazia idea de como faria pra destruir algo tão grande e com tantas pessoas atrás de mim, pensava em maneiras de distraí-los e de algo rápido que pudesse destruir algo tão grande, mas nada vinha à minha cabeça, o pior é que estaria encurralada se chegasse lá e ainda não tivesse decidido o que fazer. O que por um acaso foi o que aconteceu, ainda não fazia ideia do que fazer.
- 'Murum Telekinetic' - Estendi uma das mãos, pelo menos esse escudo me protegeria por um tempo enquanto eu pensava em alguma alternativa pra sair dali. Todos os caçadores atiravam sem piedade no escudo, não sei como sairia dali, mas Alícia disse que iria.
- 'Draco Ignis Aemulatio' - Alguém gritou de trás dos caçadores e de repente várias cortinas de fogo surgiram do nada, os caçadores começaram a gritar e a atirar pra todos os lados, mas já era tarde, não haveria como alguém sobreviver a aquilo, o fogo os envolvia de tal forma que me assombrava, em alguns segundo o fogo se desfez e não havia, nada além de marcas de queimadura no chão e atrás dela o menino que estava na mente do professor, com expressões tão macabras que me dava mais medo do que todos os caçadores juntos. - O que esta esperando? Venha pra cá. - Gritou ele pra mim, eu desfiz o escudo, mas me virei de costas e usei toda força telecinética pra tentar derrubar o gerador, não tive muito sucesso.
            Mais caçadores chegavam pelo lado, um deles atirou e acertou meu braço direito de raspão mas ainda assim abriu nele uma ferida, o menino ao ver ele estendeu a mão em direção à eles e eles partiram ao meio, a dor a situação me confundiam, sentia algo dentro de mim, era ódio, mas de onde vinha eu não sei, levantei meu braço direito quase como se ele estivesse decidindo a se levantar, minha ferida brilhou, pude sentir uma gigantesca energia dentro de mim como eu nunca havia sentido antes, ela emanava e era visível por qualquer pessoa do tanto que brilhava, era quase como fogo só que branco e iluminava muito mais.
- 'Cruento Interitu' - Meus lábios se mexeram sem que eu mandasse, o fogo se concentrou na feria e se tornou só um brilho, a terra começou a tremer, tudo ao meu redor começou a se partir, nesse momento mais caçadores se aproximaram assim que eles atiraram eu os olhei e eles se desfizeram no ar no mesmo instante. Uma ventania se instalou por toda a cidade e um grito de pura dor ecoou de meu braço, eu não sabia o que estava fazendo, nem de onde vinha aquilo, ou como parar aquilo, o brilho se intensificava, e tudo tremia e quebrava ao meu redor, todo o centro da cidade flutuava se tornando pó, objetos, automóveis, casas, pessoas, tudo.
- Já chega! - Disse o menino e ele pós a mão em cima de meu ferimento e eu parei na mesma hora, não exatamente eu, mas meu braço parou, então de certa forma eu parei. Pelo menos o gerador havia sido destruído, completamente, assim como todo o centro da cidade. - Vamos sair daqui. - Falou ele ao sentir que eu não iria destruir mais nada. Olhei pra ele e concordei. Ele me puxou pelo braço em direção à parte do escudo mais próxima, ele destruiu ao invés de abrir uma passagem como eu fazia, mas ao menos estávamos fora daquela cidade e nunca mais poderíamos voltar.

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