sábado, 8 de janeiro de 2011

Uma nova vida - Cap 3 - Ardilosas (Parte 1)

     Os dias voltaram quase ao normal, voltei a minha rotina e solidão de todos os dias, eu tive esperança de que Sam pudesse me trazer experiência novas, mas ele não estava lidando muito bem com o meu mundo sem saber o que era, imagine quando soubesse? Na única vez que me ofereci a contar ele ficou mudo até que eu o mandasse sair, e desde então nós não nos falamos. O almoço parecia um como outro qualquer, mas algo me chamou a atenção, um tumulto no refeitório que era fora do comum, me levantei da árvore e me aproximei mais do ocorrido mas sem me aproximar muito das pessoas ou poderia sobrar pra mim, então compreendi o que estava acontecendo, estavam a rir do Sam por que ele tinha uma mancha de molhado na parte frontal da calça e alguns meninos implicavam bruscamente com ele, quando percebi que eles não pensavam em um por que pra estarem fazendo aquilo, percebi que "algo" os convencera e tive que intervir. Me atirei entre eles.

- Posso saber qual o problema? - Perguntei e toquei no ombro de cada um pra ser mais fácil de controlá-los sendo que já haviam sido ordenados por outra pessoa. - Por que vocês não vão simplesmente dar uma voltinha por aí? - Perguntei ao ar, eles pareciam meio crianças bobas, em dúvidas entre seus próprios pensamentos, ajudei o Sam a levantar e tirei ele dali antes que meus poderes não fossem o suficiente pra confundi-los.
- Você esta bem? - Perguntei quando já estávamos dentro do banheiro e o ajudei a subir na pia, abri minha bolsa atrás de primeiros socorros para ver e procurei ver o que eu precisaria fazer nos lábios, sobrancelhas e joelhos.
- Ainda não sei ao certo. - Falou ele, mas não me convenceu, senti que por algum motivo dele ele precisa mentir.
- Me desculpe.
- Pelo quê? Você não fez nada. - Ele pensou por um tempo. - Ou fez? Você fez eles me baterem?
- Não! Lógico que não, mas eu deveria ter percebido, o encanto que eu fiz em você pra espantá-las já esta muito fraco, com certeza elas já podem chegar perto de você.
- Elas quem?
- Então você decidiu que quer mesmo saber? - Perguntei só pra ter certeza.
- Não.
- Ok, a decisão é sua, eu não vou tomá-la por você, ou forçar você a escolher algo que eu queira. - Passei a mão por cima de seus ferimentos sem tocá-lo e eles fecharam na mesma hora. Peguei "band aid" e coloquei onde deveriam haver as ferias.
- Pra quê isso? - Perguntou ele enquanto eu os colocava.
- Por que você sabe o que eu posso fazer, mas o resto da escola não e todos te viram com os machucados, ou seja, eles não podem desaparecer assim, como mágica. - Ele riu quando falei. - Já vou indo pra sala, se cuida.
     Ao termino da aula, como sempre eu não tinha pressa em sair da escola e d e chegar em casa, não sabia exatamente por que todos viviam com pressa, quando sai da escola o Sam ainda estava do lado de fora da escola, encostado no muro do outro lado da rua, não quis ir falar com ele, então me dirigi ao caminho que sempre fazia em direção a minha casa.
- A gente pode conversar? - Veio a voz de trás, mas eu já sabia de quem era a voz.
- Sobre o que quer conversar? - Respondi tentando manter a calma.
- Eu decide que quero saber.
- Tem certeza? Depois que souber, não terá como voltar atrás.
- Tenho sim.
- O que te fez decidir? Quais os seu motivos pra querer saber?
- Sabendo ou não, coisas já estão acontecendo comigo, então acho que deve ser melhor com eu sabendo o que são essas "coisas".
- Talvez seja melhor, ou talvez não. Mas se quiser você pode ir lá em casa pra conversarmos, tudo bem.
- Eu vou. - Falou ele com convicção de que era isso mesmo que ele queria.
     Andamos em silêncio até a minha casa, em alguns momentos senti que ele queria me falar algumas coisa, mas preferi não pergunta nada, até estarmos em um lugar onde pudesse falar sobre tudo livremente. Minha casa estava vazia, como sempre, mas eu não tinha nada pronto, e não saberia fazer sem usar magica, então não ofereceria nada, para não ter que fazer.
- Então, vou perguntar só mais uma vez, você tem certeza de que quer saber. - Perguntei olhando pra bem ele.
- Sim, já decide que quero saber.
- Ok, então vamos fazer o seguinte, vamos fazer um acordo.
- Um acordo?
- Sim, eu te conto o que você quer saber sobre nós e você me conta tudo o que eu quiser saber sobre vocês.
- Como assim sobre nós? Não entendi.
- Sobre vocês! Tem muitas coisas sobre humanos que eu não sei, é tudo tão diferente, é tudo tão mais complicado.
- Então você não é humana? - Perguntou ele com espanto.
- Deixe de ser bobo, lógico que sou, se não pra quê eu iria querer saber como é ser um, eu só não sou humana a tanto tempo quanto você, ou a tanto tempo quanto eu não sou humana.
- Você é humana já faz quanto tempo?
- Alguns meses.
- E você...
- Opa, pode ir mais devagar, eu ainda nem disse o que eu era, e você não disse concordar com o trato.
- Ok, você deixou bem claro o que você queria, posso pedir uma algo nesse trato também?
- Você pode pedir, se eu achar pedir de mais eu procuro algo que eu ache pra trocar.
- Ok então, depois que você me contar você não pode mais me controlar, você tem que jurar pra mim que não fará comigo o que você fez lá no primeiro dia de novo.
- Me parece justo, ok se você concorda com o acordo eu juro. - Não sabia qual era a finalidade disso, se teria algo que ele não quisesse me contar, mas não levei isso muito a serio, pelo menos não levaria por enquanto.
- Pois então eu aceito os termos do acordo. - Falou ele e estendeu a mão pra mim.
- Pois então eu juro. - Falei e apertei a mão dele. - Esta pronto pra saber?
- Sim.

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